Plano de Aula

AS MÃES E O AMOR INFINITO

Ensaio | Ficção | De Marcio Salem | 2006 | 20 min | SP
15/04/2010
Ensino Fundamental - Anos Iniciais, Ensino Fundamental - Anos Finais

Vanessa de A. Souza
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Uma flor, expressão singela, doce, suave e plena da beleza, do carinho e do amor. Uma mãe, terna criatura, que devota toda a sua força e amor por seus filhos, sua família. Associar as flores às mulheres em geral e, às mães em particular, tem sido o caminho seguro pelo qual trafegam os poetas, os músicos e todos aqueles cuja sensibilidade está à flor da pele. Declaração de amor maior, ao oferecer uma rosa, um lírio ou margaridas a nossas mães, queremos com isso presentear-lhes com aquilo que estas e outras variedades de flores nos brindam todos os dias, com a beleza suprema, a suavidade, a fragrância, a inocência... E o mais gratificante em perceber como as flores são realmente expressão daquilo que as mulheres e as mães representam, basta lembrar que são elas as responsáveis pela vida e que fazem tudo isso sem se preocupar com a resposta que terão por este ato supremo de doação, de desprendimento, de dedicação.


Ensaio, curta de Márcio Salem, estrelado pela talentosa e carismática Andréa Beltrão, nos fala ao coração por trazer em sua trama o amor incondicional das mães e a imensurável beleza das flores. Bruno, protagonista mirim do filme, é um menino calado, tímido, de cabeça baixa. Ele chega a uma nova escola e é bem recebido pela professora e por algumas colegas. Mas os meninos o provocam, tratam-no com desrespeito por ser tão silencioso e recatado.


Na escola, as primeiras aulas de Bruno são sobre plantas e flores. A mãe de Bruno ensinou a ele o quanto as flores e as plantas em geral podem nos ajudar quando lidamos com elas em nossos jardins: significam paciência, perseverança, renovação e declaram todos os dias amor à vida. As flores expressam, como ensina a professora em sala de aula, a renovação da existência, pois constituem o órgão reprodutor das plantas. E em seu silêncio, nos presenteiam com suas cores, iluminadas pelos raios solares, e ainda por seu odor perfumado. Bruno já sabe disso, mas não consegue traduzir em palavras a afeição que tem pelas flores, aprendida com a mãe, por quem nutre o mais sincero e genuíno amor. Quando se depara com a tarefa proposta pela professora, de escolher uma flor e criar algumas linhas em que faça o paralelo entre a espécie escolhida e sua querida mãe, ele se vê de súbito ainda mais encolhido, quase como querendo desaparecer...


Ninguém entende, os meninos não respeitam, a professora não sabe o que se passa, mas demonstra compreensão e aceita o silêncio de seu novo pupilo. Como dizer eu te amo, pensa Bruno? Sua mãe já havia lhe pedido isso algumas vezes e ele não conseguira, apesar de querer, pronunciar estas singelas três palavras que tanto representam... E se para falar eu usasse uma rosa, a preferida de minha mãe, será que conseguiria? E o ensaio continua, até a apresentação do dia das mães... Como Bruno se sairá? Será que ele conseguirá superar sua timidez e afirmar perante todos o amor pela mãe?


Ensaio é lírico, diamante bruto que, nos poucos minutos em que se apresenta aos nossos olhos, nos comove e enternece. Parece com um campo florido onde corremos livres, a sorver toda a beleza ao redor, sentindo o frescor da natureza. Parece também com abraço de mãe, que envolve e protege, nos colocando na maior zona de conforto que existe e fazendo com que qualquer medo ou insegurança desapareça. Que possamos viver mais e mais vezes a experiência de um afago como esse. Que nossos dias sejam sempre abençoados com muitas flores. Que sejamos capazes de dizer, em todas as oportunidades que tivermos o quanto amamos nossas mães. Na próxima vez em que estiver com ela, lhe dê um abraço forte, um beijo caloroso e tenha também uma rosa nas mãos... Por João Luís de Almeida Machado, que admira profundamente a beleza das flores e o amor sem igual das mães pelos seus filhos. Especialmente dedicando estas palavras a todas as mães, e em particular, a minha e a de meus filhos.




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