Um homem atende o celular no meio de uma praça. Ao tirar o aparelho de seu bolso, acidentalmente, uma nota de 50 reais cai no chão sem que ele perceba. Depois de alguns segundos, ele se dá conta de que diante dele há dinheiro no chão mas ignora que tal quantia a ele mesmo pertencia. Por perto, lendo um jornal, outro homem se avizinha. Interessado no dinheiro, ele ameaça pegar, mas temendo a reação da pessoa que está próxima, a quem julga poder pertencer tal recurso, hesita... O que fazer?
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Analisar a situação do ponto de vista ético, ou seja, sem saber que o dinheiro lhe pertencia, o sujeito ficou em dúvida se deveria pegar o dinheiro para si mesmo ou se, por outro lado, caberia a ele chamar a atenção do homem que ali estava, próximo ao montante encontrado, a quem poderia pertencer tal quantia... Entramos nesse interim na filosofia de Aristóteles, a analisar o caráter humano e classificá-lo de acordo com suas ações e formas de pensar cada um de seus movimentos.
Aristóteles classificou os homens de acordo com seu caráter da seguinte forma: Há os super-homens (praticamente perfeitos), os virtuosos (corretos e conscientes), os continentes (que agem de forma correta apesar de contrariados em alguns casos), os incontinentes (que sabem como deveriam agir mas que ainda assim escolhem a incorreção), os viciosos (que não tem consciência e agem de forma incorreta) e os bestiais (próximos ao comportamento animal). Trabalhar esta classificação do caráter a partir do filósofo grego e suas teorias, que fazem parte de suas obras Ética a Nicômano e A Política, na teoria, para depois apresentar esta produção (e outras relativas ao tema), promovendo o debate iluminado pelos conceitos de Aristóteles é uma ótima forma de promover a filosofia e discutir a ética.
A formação do caráter das novas gerações passa pela família e pela escola (entre outras instâncias). O debate de ideias e a inserção dos jovens em situações do cotidiano que de alguma forma o levem a refletir sobre caráter, ética, cidadania e, expandindo, sobre as próprias concepções de bem e mal, auxiliam nessa formação. Contar com o apoio de filmes e outros recursos culturais facilita bastante esse processo.
