Relato de atividade em sala de aula

O CAPITALISMO NO CAMPO

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Negócio Fechado
21/11/2007
Sociologia
Ensino Médio
45
Antonio Fernando Silva Souza
EEEFM PRESIDENTE GETULIO VARGAS | ES | Cachoeiro de Itapemirim | Estadual





Compreender as transformações sociais ocorridas com a expansão do capitalismo e o surgimento de uma sociedade mundial.Entender o que são relações comerciais não capitalistas, expondo o conceito de "dinheiro absoluto" usado pelo Professor Milton Santos. Exemplificar contatos sociais primários e secundários.
Associar estilo de vida e cultura, compreendendo que as transformações capitalistas são uma produção histórica.

Após aulas expositivas sobre a expansão do capitalismo e a universalização de valores e padrões que o caracterizam, foi proposta uma pesquisa com as pessoas mais velhas das famílias (idade superior a 50 anos) sobre as transformações sociais que cada um percebeu na segunda metade do século vinte. Após vermos o vídeo, foi proposta uma discussão sobre o seu conteúdo e a elaboração de um texto individual sobre mudança cultural e processo social à luz das conversas relatadas e do tema tratado pelo vídeo. A turma foi dividida em grupos para pesquisarem sobre a globalização, abordando os aspectos sociais mais visíveis: o aumento do consumo e facilidade de acesso à tecnologia; a reengenharia empresarial, adoção de novas tecnologias de gerenciamento e de produção e a crise no mercado de trabalho com a consequente ampliação da pobreza; o conceito de pobreza relativa: o advento das mídias modernas tornou possíveis comparações entre as diversas nações capitalistas, fazendo com que as desigualdades sociais e a pobreza se tornassem mais incômodas. Aula expositiva explicando os conceitos "pobreza incluída", "marginalização" e "exclusão", utilizados pelo Professor Milton Santos.

Aos alunos foi permitido, através de conversas com os mais velhos, perceber que o "conhecimento não escolarizado" é fonte de todo conhecimento e que a Sociologia trata de temas que têm a ver com suas próprias vidas e a de seus familiares. As reações ao vídeo foram quase sempre de estranhamento quanto à não concretização de um negócio que, na lógica capitalista, era muito vantajoso para o vendedor, se comparado com fazendeiro. O vídeo também permitiu que os alunos refletissem sobre a questão do valor, ao se discutir a diferença entre o valor do gado para o ao compadre (R$ 20.000,00), e não aceito, e os R$ 25.000,00 para o fazendeiro moderno, imediatamente aceito. A partir dessa diferença foi possível entender que nenhum capitalista compra algo acima do seu valor, portanto o lote valia mesmo R$ 25.000,00 numa relação capitalista. Porém, numa relação não-capitalista, o dinheiro, "que a gente ganha e gasta logo", não é o mais importante, e por isso quem estabeleceu o preço, na negociação com o compadre, foi o comprador ao, com a sutileza característica do mineiro, dizer quanto estava disposto a pagar. Assim, o filme tornou mais fácil a percepção de conceitos essencias à compreensão de processos sociais, tais como: contato social primário e secundário, as transformações sociais ocasionadas pela expansão do capitalismo, relações comerciais pré-capitaslistas, além de possibilitar a visualização do que seria a "sociedade do dinheiro absoluto".