Trabalhar a percepção dos alunos no sentido de ressaltar a importância da mídia/TV nas escolhas e vontades das pessoas (consumidores), até mesmo quando o produto, a princípio, parecer desagradável.
As turmas foram acomodadas no refeitório, com a utilização de uma tela de projeção, a fim de que todos pudessem ter acesso ao filme e previamente avisadas para prestarem atenção no mesmo.
Após a exibição do Curta, algumas observações foram feitas com referência a detalhes, bem como, cor da vasilha colocada para o "gato" e do líquido que é depositado dentro dessa vasilha. Houve ainda, reflexão sobre os momentos diferenciados em que ocorre mudança na cor desses elementos, bem como, sobre as cores da blusa da pessoa que coloca os líquidos nesses momentos variáveis, durante o decorrer do filme. Com o surgimento de algumas dúvidas, o Curta foi novamente exibido, a fim de dirimir tais incertezas e salientar momentos importantes. Nesta segunda exibição, procurei estimular a observação daqueles que estiveram um tanto dispersos e reafirmar a daqueles que se mostraram mais participativos, ressaltando momentos determinantes (dentro do objetivo da proposta), e ainda, chamando a atenção para o desenrolar do filme até congelar no "gato", ou seja, perceber de onde o filme se inicia, o que há no fundo desse muro e com o movimento da câmera o que vai sendo transformado nesse fundo. Existe alguma mudança na paisagem atrás, surgem pessoas pulando o muro com maior freqüência e há mudança na própria sonoridade da paisagem, até chegar no "gato".Chamei atenção novamente, perguntando e estimulando a observação de cada aluno, para o fato da cor da vasilha e do líquido acompanhado da cor da blusa de quem está servindo serem diferentes da cor da vasilha, do líquido e da blusa que é apresentado posteriormente, no decorrer do Curta. Em seguida, procurei incentivar a observação do que seria o objeto (que no filme apresentou-se como uma televisão) e a dinâmica do que ocorre dentro dessa televisão no contexto fílmico, no sentido deles estabelecerem os vínculos e, por fim, o comportamento do gato diante dessa situação.
Ao final, entreguei uma garrafinha de plástico de 300 ml, vazia e desprovida de qualquer elemento anexado, um pedaço de papel sulfite previamente recortado no tamanho do que poderia ser o rótulo dessa garrafinha, lápis, lápis de cor e cola. Propus que eles criassem uma marca de refrigerante, pensando na cor que poderia ser esse líquido, no sabor e especialmente, na produção visual desse rótulo. Falei que o desenho e a pintura desse rótulo é muito importante, pois seu objetivo seria representar o que está dentro dessa garrafinha, ou seja, o sabor, o cheiro e a textura desse líquido, que vai ficar na prateleira do supermercado competindo com outros. Portanto, o "layout" desse produto, a finalização visual final desse rótulo seria responsável por despertar o desejo do consumidor e gerar boa publicidade (inclusive para passar na televisão) a fim de seduzir esse consumidor, vender bem e ser procurado com intensidade.
Alguns alunos inventaram nomes e aromas de sucos diferentes, aqueles que não sabiam escrever, desenharam algo aproximado do que gostariam que tivesse em suas garrafinhas, mesmo que fosse simplesmente leite. E aqueles que compreenderam pouco, se preocuparam, contudo, em desenhar e colar o rótulo bem centralizado em suas garrafinhas. Foi bastante estimulante o resultado, levando-se em conta que na Educação Especial é interessante que os conteúdos sejam trabalhados em uma única aula para evitar a dispersão da informação, os trabalhos dos alunos ficaram bons e centrados na proposta.
Os trabalhos foram fotografados e ainda há material para propor a construção de uma propaganda/publicidade (através de encenação e técnicas de teatro), para o produto (refrigerante) que cada aluno construiu.
Todo esse trabalho foi desenvolvido com uma turma de Educação Especial.