Proporcionar momentos de reflexão acerca da temática sócio-ambiental. Devemos ter a preocupação de cuidar da renovação dos recursos naturais, para evitar que o consumo irresponsável prejudique a natureza e a nossa sobrevivência. Além disso, devemos incentivar a melhor distribuição da riqueza gerada em nossa sociedade. A única forma de contribuirmos para que isso aconteça é criando cidadãos socialmente responsáveis, conscientes da importância do seu comportamento para a preservação ambiental e desenvolvimento social. Entendemos que, a partir de um maior conhecimento prático sobre a dinâmica própria da natureza e da reflexão sobre a nossa maneira de consumir e assumir papéis na sociedade, poderemos manter uma relação de maior entendimento com a natureza e produzir menos impactos sobre ela.
Ao implantarmos os trabalhos de educação ambiental em nossa escola, nos deparamos com a seguinte questão: "Qual é a linguagem que vamos adotar para buscar a mudança de hábitos que estamos propondo?" Propusemos então a realização do Curta-CIC - Festival de Curtas-metragens e Documentários. Pretendemos com isso, associar momentos de reflexão, acerca de temas ambientais, com a utilização de tecnologias de informação, como a edição de pequenos vídeos e a montagem de um blog na internet. Estas ferramentas tecnológicas são amplamente conhecidas pelos jovens de hoje em dia, que postam vídeos de seu cotidiano em sites de relacionamentos e criam blog"s na internet sobre os mais variados temas que julgam interessantes. Sendo assim, direcionamos este conhecimento tecnológico de nossos alunos à formulação de trabalhos áudio-visuais, com temas ambientais, buscando ampla divulgação na comunidade escolar. O andamento do projeto dividiu-se em três fases principais, sendo que, na primeira fase, buscou-se discutir a elaboração de um regulamento, forma de avaliação dos vídeos e possíveis premiações, além da divulgação do projeto, com a montagem do blog oficial do projeto na internet. O tema escolhido foi: "Mutatis Mutandis - Mudando o que tem que ser mudado". Quatro fichas foram elaboradas para acompanhamento das avaliações dos trabalhos. Na segunda fase, foi realizado o embasamento teórico, com a utilização de filmes, curtas-metragens, em especial o "Ilha das Flores", reportagens impressas, editoriais e demais materiais áudio-visuais disponíveis, nas aulas de Geografia. O laboratório de informática foi utilizado para pesquisa e edição dos vídeos produzidos pelos alunos. Roteiros e sinopses foram elaborados nas aulas de Português, aprimorando a discussão acerca das novas regras ortográficas. Na terceira fase, foram produzidos pelos alunos 18 curtas, exibidos no cinema da cidade, sendo vencedores do festival os três trabalhos mais bem avaliados pelos professores e banca examinadora.
O projeto foi muito proveitoso. Foi com um imenso prazer com que vimos o empenho dos professores, alunos e direção da escola na execução das ações estipuladas. Incorporamos uma nova realidade de elaboração e de avaliação de trabalhos, com o uso tecnologias áudio-visuais no cotidiano escolar. O protagonismo estudantil aflorou de maneira muito positiva, com a produção e apresentação dos curtas-metragens produzidos em nossa escola e entrega das tarefas com pontualidade. Iniciamos o rito de passagem do estágio de meros transmissores de conhecimento para o estágio de produtores de conhecimento, buscando sempre a multiplicação dos conhecimentos adquiridos. Estes fatos foram possíveis graças à exibição e utilização didática dos curtas-metragens do Curta na Escola, em especial o "Ilha das Flores". Demais vídeos com temáticas sócio-ambientais foram escolhidos para serem analisados e serviram como referencial para a elaboração dos curtas-metragens produzidos pelos nossos alunos. Pretendemos então, com este projeto, provocar mudanças de hábitos naqueles que frequentam a escola, para que possam repassar efetivamente as suas aprendizagens para as pessoas de seu círculo social, atuando como multiplicadores dos conhecimentos adquiridos.