Relato de atividade em sala de aula

A FELICIDADE QUE SE ACHA EM HORINHAS DE DESCUIDO...

Clandestina Felicidade
18/12/2009
História, Língua Portuguesa
Ensino Médio
43
ANDREIA ROZANGELA RAMOS DE ABR



Conhecer um aspecto diferente da vida de Clarice Lispector, escritora estudada nas aulas de Literatura, a partir dessa história que narra umpouco de sua infância. Sensibilizá-los para a beleza de momentos simples da vida que podem nos trazer felicidade. Questioná-los a respeito da diversidade de viver o cotidiano. Fazer uma releitura do filme assistido expressando-se com clareza e coesão ao compartilhar suas histórias com os colegas.

A proposta principal foi trabalhar o filme na semana de Ação de Graças. O final do semestre traz consigo uma urgência de finalizar as tarefas e, muitas vezes, acabamos esquecendo momentos especiais construídos durante nosso percurso letivo. Preparei um ambiente especial na Sala de Aula Digital e conectados à internet, com o auxílio do Data Show, passei-lhes o filme. Foi um impacto. Acho que minha emoção ao assistir algo tão delicado contagiou-os. Senti que também eles compartilhavam comigo daquele momento quase mágico.Como já haviam estudado a respeito de Clarice Lispector nas aulas de Literatura, não lhes falei nada, apenas pedi que escrevessem no Blog da Turma o que para eles representava ter um momento de "Felicidade Clandestina". Depois de prontos,partilharam suas histórias com os colegas. Por fim, construíram histórias coletivas, no blog, fazendouma releitura do filme assistido.

Sempre gostei do jeito peculiar e instigante que Clarice Lispector usava ao escrever. Suas palavras, ao mesmo tempo em que fascinam, assustam. Como pode alguém escrever assim usando dessa dualidade quase que incompatível?Costumava buscar em suas palavras respostas para muitos de "minhas perguntas difíceis" sem respostas. E,o que mais me atraia nela é que, ao buscar respostas, encontrava mais questionamentos ainda.Ao assistir o filme,peguei-me refletindo sobre quais seriam "meus momentos clandestinos de felicidade". Foi assim que resolvi partilhar com os alunos das turmas de Redação e Literatura essa linda história.Vê-los trabalhar nessa tarefa foi para mim um momento de "Felicidade Clandestina".Todos sensibilizaram-se tanto com o curta assistido que, depois de escrever,queriam ler suas histórias. E foi aí que o momento mágico aconteceu. Ao ler o que haviam escrito, outras histórias surgiram e momentos de suas infâncias, que estavam guardados em algum cantinho esquecido de suas jovens memórias ,concretizaram-se em palavras risonhas que encheu o ambiente da sala com uma alegria contagiante e inesquecível. Finalizaram dizendo que Felicidade Clandestina é sentir a essência da situação, é vivê-la por completo e se sentir radiante com uma felicidade exclusiva que só ao vivê-la saberemos o real tamanho de sua importância e, que ao vivê-la no presente construiremos um futuro feliz e realizado. Foi assim, que a História da menina que adorava livros e desejara escrever uma história que não tinha fim contagiou uma turma de jovens estudantes, fazendo com que percebessem que podem entender e valorizar suas histórias pessoais nas histórias lidas e até mesmo assistidas.Foi muito gratificante.Contudo, há tantas outras histórias para serem lidas, assistidas, escutadas e escritas. Há muitos outros momentos com "Horinhas de Descuido" para construirmos muitas outras Felicidades Clandestinas.